Antes de mudar o Brasil, eu preciso mudar...
Vou começar pelo “gato” de Internet que tenho, dividindo um só plano com inúmeros vizinhos. Cortarei a ligação clandestina e passarei a pagar um plano sozinho, expandindo a ação para a TV por assinatura, que também é pirata.
Passarei a dirigir sem atender ao telefone; usarei sempre o cinto de segurança e deletarei o programa no celular que me avisa quando e onde estão as blitze. Aliás, beber e dirigir nunca mais!
Vou passar a respeitar os pedestres na faixa e parar de buzinar, principalmente em frente a escolas e igrejas, afinal, buzina não empurra os carros da frente. E quando for estacionar, utilizarei as vagas destinadas ao meu veículo e não ocuparei as destinadas a idosos e deficientes.
Quando eu sair com o carrinho de compras do supermercado, guardá-lo-ei no local destinado, não deixando mais atrás do veículo estacionado vizinho ao meu. Depois que eu sair com o carro, permanecerei na faixa da direita, já que a esquerda é reservada para ultrapassagem. Atrapalhar o trânsito nunca mais.
Respeitarei as motocicletas, que apesar de serem muitas, rápidas e andarem em ziguezague, nelas estão seres humanos que merecem viver. E caso eu veja um acidente, acionarei, imediatamente os órgãos competentes. Porém, basta de trotes.
Não comprarei mais produtos piratas, que apesar de baratos, estimulam o crime organizado, além de ser crime incondicionado, previsto no Código Penal.
Nas provas escolares, dedicarei mais tempo de estudo e não mais farei colas pelo corpo e no papelzinho minúsculo. Minha dedicação agora será boa para meu futuro e do país. Também não atenderei minhas ligações telefônicas na aula e deixarei para conversar com meus amigos nos intervalos. Ainda sobre as provas, vou deixar de desejar que os outros alunos se dêem mal para minha nota ser a maior.
O Brasil precisa mudar; continuarei mudando...
E quando uma mulher subir em uma escada utilizando saia, meus olhos estarão no lado oposto, ou melhor, cobiçar outras mulheres nunca mais, em respeito aos nossos conjugues.
Quando estiver andando de ônibus, reservarei os primeiros assentos para as pessoas com dificuldades de locomoção, a exemplo de gestantes, idosos e deficientes. Aproveitarei para dizer que não irei utilizar a barriga quebrada de ninguém para entrar nas filas preferenciais.
Pagarei todas as minhas contas em dia e o restante do dinheiro que sobrar eu não emprestarei a juros, afinal apenas as instituições financeiras têm esse privilégio.
Homofobia, pedofilia, bullying, racismo, preconceito contra os pobres é tudo coisa do passado.
E nas eleições, vou votar de acordo com minha consciência e não mais em troca de um emprego para um parente ou amigo. Melhor ainda, passada as eleições eu vou lembrar em quem votei e o motivo do voto.
Ser mais tolerante com os humildes, atender bem, cumprir com meus horários e diminuir o tempo do cafezinho.